Sou poeta, não sou fingidor,
nem finjo dor quão deveras
sentida.
Sou poeta, e não tenho feridas
para fingir que são tumores.
Da nau se tem a vida,
mas nem tudo vale a pena.
Minha alma não é pequena,
mas ela escolhe onde andar.
O poeta sabe de coisas
que lhe custa recitar.
Não. Eu não sou um poeta
fingidor.
Fingir que é dor, o que deveras
é dor senão o túmulo?
Pelos que repetem ad nauseam
seus cânones,
não vale a plateia e nem
o sucesso,
não vale a crítica e nem
o mundo.
O cânone é um veneno acrítico
que repete sua ladainha
para os novos poetas
ignorados.
22/03/2011 Delírios
(Gustavo Bastos)
terça-feira, 22 de março de 2011
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As pessoas tem mania de achar que poeta finge, mas bem sei eu que a dor sentida é real, apenas conseguimos expressá-la com mais beleza...Adorei! Amigo, passa lá, saudades
ResponderExcluirAbraços
Essa coisa de poeta fingidor é culpa do Fernando Pessoa que usou a palavra só p rimar com dor e fazer um trocadilho poético,nada contra o poeta em questão, mas o que critico é a papagaiada que fica repetindo ad nauseam isto como se fosse genial ou alguma novidade.
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