Quando descanso do vil assassínio
das palavras semivivas,
eu entro em claustro e temor
de botânicas urdiduras,
qual a semente rica de flores
ao vento que vem do lado oculto
dos versos.
Difamado pelos estertores do Diabo,
caí de uma nuvem preta
da fábrica de papéis,
desci da casa dos vidros espatifados
em minhas mãos sangrando,
revi a epopeia das plateias
ávidas de ideias sem época ou lugar,
dancei por entre os ventres
dos nubentes,
e cresci ouvindo Jazz tocar
nos tímpanos de meus trompetes.
Ah, faça-me um favor!
Um boquete depois da bebedeira
não faz mal a um jovem poeta
que não sabe do tear furioso
de suas patroas.
O que esteve escrito nos livros
que ele leu, isto já foi cantado
em suas prosas e mordidas,
não sobrou um níquel de inspiração.
04/12/2010 Delírios
(Gustavo Bastos)
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