O homem, por si mesmo valoroso,
enfrenta a morte da alma
como um fosso em que dorme o pensamento.
O homem acorda a alma latejante
em seu sono profundo,
desfaz a sua obra de alma bondosa,
desfaz a solidão que a embala,
segredo deste sonho
são as inúmeras fugas
da alma desnuda.
Infinitos fragmentos,
são os sonhos e as prisões
de um delírio,
são os ensinamentos dos livros
sem uma paz já definida
como a morte da alma
para a poesia,
tragédia metafísica
de morar no vazio,
meu medo irracional
de cair no vazio,
a alma não pode se negar
à sua salvação,
quando no meio da noite
acordo perguntando
por quem eu choro,
se é a minha morte
assim lembrada.
O homem, para não morrer,
deve refundar a alma
para que ela também não morra.
E que dizer do valor humano
senão a sua saga de sobrevivência
que perdura pelos milênios?
Não será onde acorda o pensamento
a salvação da alma?
Não será o governo da alma
a sua ascensão ao que
o coração sente?
E o que sentimos teria definição
de vida?
Pois que a vida seja o sopro
donde temos o sentido
que a carrega
para os altos cimos
da verdade da alma,
quando esta não mais
dorme em sua morte anunciada,
mas que sobrevive inestimada,
saudável e poderosa
para anunciar a poética dança
do mundo,
um mundo em que se vê
discórdia, guerra e desastre,
mas que é o mesmo mundo
onde se faz arte.
29/11/2008 by Gustavo Bastos
sábado, 2 de outubro de 2010
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