Carcaça que sobra da fúria, os ossos das batalhas,
o que a queda dos poetas aprenderam na face da dor.
E veio este vate, na cor do som, em finos arabescos,
nos frontispícios que reúnem a sua súmula, o seu códice.
Na praia da anêmona, da moreia, cantava seu veneno
o mártir, com a dança e o sopro mais terno da maresia.
Pois a lida da poesia ondulava na ressaca,
com uma ode final de barco e enseada,
em que os versos diziam sobre o mar
todos os seus oceanos e horizontes,
onde toda esta fúria arrematou
raiva em um tsunami de vida.
Ah, se este que é poeta, na mais
bêbada canção de vinho,
já soubesse das montanhas,
e do sacrifício da escalada,
teria vertigem em sua visão,
e de longe, na ressaca do mar,
veria seu vinho derramado
em veios de carrancas,
no espanto serial
que espanca,
em êxtase.
01/07/2024 Gustavo Bastos - Monster
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