O que sei, no nervo das coisas,
é um nada, um borrão de criatura,
que já se perdeu, que já se encontrou,
que já buscou, que reflete e faz.
Tanto faz o que já se fez,
pois está feito.
E do que será feito,
é preciso coragem,
a quem a tem e a cultiva,
e este é o dom da vida,
se erguer da derrota,
apreciar a vitória.
Eis que a cantoria vara a noite,
estive com estes poetas tontos,
escritores bebedores, os artistas
mercuriais, editando a piada
mais infame contra os caretas,
um agente da contracultura,
um beatnik, um cachorro louco
a fazer dos asnos vítimas
de si mesmos, fantoches
de atos cômicos, caracteres
da própria decadência.
Não lastimo quem não
lutou por um propósito,
o ridículo do mundo
das fadas, por fim,
são as viúvas
do tempo não
vivido.
17/05/2024 Gustavo Bastos
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