Maravilhado, o menino
exultava seu prêmio,
ele crescia, matutava
e trabalhava o muque.
Aprendeu a xingar,
fazer troça, de chiste em
chiste, apertava o saco,
coçava, dava um arroto
e ria alto.
Ele sabia que
seu mundo era assim,
do tamanho de um ovo,
e sua cabeça achatava,
seu muque tinha
que estar em dia,
sua risada e sua mofa,
sempre em cima do lance.
Foi este homem, já feito,
trouxa que só ele,
que do dia para a noite,
tomou um baile, um golpe.
Em sua blasonada malandra,
e de sua gabolice de gabarola,
não sobrou nem um muxoxo.
E de uma tarde para outra,
tudo se desfez.
O seu mundinho oco,
do tamanho de um
ovo gorado, tinha sido
devorado por bestas feras
engravatadas, do poço
do submundo financeiro,
a chamar de roceiro,
matuto e ingênuo,
o malandro de faca
e de bar que ali
zurrava de ódio.
Agora, sabendo-se néscio,
pascácio, da mofa
dos cavalgaduras
virou troça,
um naif,
piada de salão
nas negociatas,
já há muito
sem a sua bazófia,
sem ter notado
a porfia dos
madraços.
Ele, bebum,
restou a um
número final
de patuscada
e pantomima,
pois era o mais
pateta que da
idiotia blasonou
a própria agonia.
07/03/2024 Gustavo Bastos
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