Eis o canto do desterro,
a palavra que sucumbiu à fera
dos mares, nas vidas
navegadas dos abismos.
Eu escrevia o baile,
e o vigor de uma turgidez explosiva,
os potes de ervas, de caldos,
os unguentos, e a sorte sem viés
dos que sabem acertar o alvo.
O canto do desterro, do poeta suicidado,
desconhece este signo de fortuna,
dos símbolos ocultos da riqueza,
dos ídolos que ascenderam ao topo.
Os versos do desterro
são uma melodia que
cai do peito dos
degredados, e a vinha
que vai ao rés-do-chão
está à flor da pele,
esperando a chuva.
O poeta do degredo
canta este desterro.
Ele se perdeu no mar
de seus delírios,
com o girassol
de seu estro
alucinado.
14/03/2024 Gustavo Bastos
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