E fazendo este hino à Baco
que os ídolos do teatro
façam a esbórnia, a bacanal,
com a magia dos ocres cheios
e os vinhos correndo como rios
nos peitos embriagados dos estetas.
No palco se realiza o rito báquico
em que os cantos dos bodes
vão da tragédia original
aos cantores em festa
das comédias, dos bufos,
dos pândegos de chiste,
e o canto do galo
na aurora tomada
de alvorada.
Mente-se muito na farsa,
ao teatro científico, no entanto,
o personagem é buscado
pelo ator e pela atriz
em sua verdade,
sem meneios pré-fabricados.
Aos mais teatrais,
a impostação e o gestual
são mais estilizados,
e assim la nave va,
entre o grito e a sutileza,
em vários metros
racinianos e anti-clássicos,
ao mais absurdo cambalacho,
e o mais experimental
vazio de godot.
Toda a taberna canta e bebe,
fuma e exulta, todos os cantores
da noite e a boêmia vivente
dos cabarés e infernos de
carnavais, todo o culto
e hino à Baco e suas
saturnais.
22/09/2023 Gustavo Bastos
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