Fazer de conta o poema faz,
tanto mais que nem se desencanta,
pois com seu pendor o espanto
tanto acomete o poeta, que dele
a rosa nasce do brilho fugidio e raro.
Fazer de conta, às vezes,
regateia com o mundo
sua ingrata incúria,
seu frio medonho,
como se fosse
um antídoto
ao abismo
em época
de tempestade.
E mais além,
com a face já
corada, de uma vida
remida e resgatada,
possa mais a poesia
fazer tudo sem
mais a fantasia
de outrora, diante
de seu mundo
que agora estará
salvo.
22/09/2023 Gustavo Bastos
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