Saindo do metrô estava um punk, alfinetes, machadinha etc.
O cabelo verde, moicano, e um casaco DK de couro,
todo amalucado, estava com um odor reconhecível de cola.
A bem da verdade, sua namorada tinha me visto
outro dia, não dei bola, pois tinha uns carecas
naquele pátio no dia, disfarcei e saí pela tangente.
Balançando correntinha, um deles, com cruz gamada
no braço, vociferava contra judeus e punks anarquistas.
Poderia ser uma dessas organizações clandestinas,
em que a imaginação fica ardendo vendo
Arquitetura da Destruição, ou melhor,
Riefenstahl, sim, a Leni vendida
do Triunfo da Vontade,
e fazia a cabeça do careca
versões adulteradas de Nietzsche
e falsificações grosseiras,
fotos manipuladas
e fake news etc.
O punk de boutique,
depois, tava branco,
pálido, fraco,
vomitou leite
com manga,
ele dizia,
só não tinha
batido
em velhinha.
24/07/2023 Gustavo Bastos - POESIA BRUTALISTA
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