Na fria madrugada, o sol ainda a
despertar,
O ar carrega o cheiro do matar,
Na choupana modesta, a faca a
reluzir,
A matança do porco está para
acontecer.
Corta-se o silêncio com um grito,
O porco assustado, agitado,
aflito,
Seus olhos tristes, expressão de
dor,
Naquele momento, sente-se o
horror.
O matador habilidoso, mãos firmes
no ofício,
Trabalha com destreza, sem
qualquer indício,
O porco se debate, busca a
salvação,
Mas é em vão, está destinado à
decepção.
A vida se esvai, em sangue a
escorrer,
O coração pulsante, agora a
fenecer,
O aroma metálico enche o ar,
A matança do porco, difícil de
suportar.
Da carne tenra ao sangue
vermelho,
Nada se desperdiça, é um ritual
velho,
O porco se transforma em
alimento,
Em sustento para o corpo, momento
após momento.
Nos pratos fartos, sabor e
nutrição,
A matança do porco traz a
refeição,
Honra-se a tradição, comemora-se
em família,
Celebrando a vida que se
extinguiu com melancolia.
No entanto, no coração há um
questionar,
Sobre o preço pago para se
alimentar,
A vida sacrificada, o sofrimento
enfrentado,
Reflexões profundas, num ato tão
sangrado.
A matança do porco, antiga e
presente,
Inspira sentimentos mistos na
mente,
O respeito à vida e a busca pela
sobrevivência,
Numa dança eterna de morte e
existência.
Assim, o porco se torna uma
história,
Do ciclo da vida e da sua
trajetória,
Que nos lembra, em versos brancos
singelos,
A complexidade humana, em todos
os seus apelos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário