Vai à leilão, na bagatela de centavos,
um poeta enxuto, desses biltres
que coçam o saco ao escrever
o último arfar de sua tísica.
Parece um moribundo, bêbedo que só!
Na arte de fazer magia, tonto de doer,
faz nada com este calhamaço de cigarros
e de insetos a bater na lâmpada.
Sua escrita mirrou em poucos meses
de ânsia na vida alcoólica de boêmia.
Vez em quando, se empolga,
na noite noiteira,
na madrugada
hipócrita.
Escreve que nem piá,
moleque de joguete,
a mirar uma girândola,
cercado de amigos
cacetes, destes
de pocar o ouvido.
O poeta dormita,
anestesiado,
filho do caos.
25/05/2023 Gustavo Bastos
Nenhum comentário:
Postar um comentário