Através da floresta o espelho remonta
a imagem da vida em face crua,
não há a saída para a água doce
na morte mercurial da serra,
em que o escravo morre neste feudo
fétido defronte aos montes de mortalhas
na calada da noite.
Na terra ressecada
que grita junto ao urubu,
vem o bruto calor de um mensageiro,
este Sebastião renascido,
com a medalhinha do santo
e o grunhido da porca do mato
que foi sacrificada e salgada
para a festa dos sertanejos.
Lá se fumava o pango
na noite estrelada
do cordel.
20/03/2023 Gustavo Bastos
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