Com as retas de seus planos marmóreos
bebia a cicuta em sonho,
altiplano em veias, com o sangue caldo
de vida sobre o corpo, as entranhas miúdas
rompidas sob espada, e o céu da boca
furado à bala.
O corpo brônzeo das escadas ao chumbo
morria com os guerreiros do sol,
e os lares chorosos calcinavam na guerra
do ópio, este que o sonhador
quereria em sua peça de teatro,
um palco vivendo em vinho
sobre as taças, um guardião
que rosnava nas ruas e no pátio,
a batalha roçava os campos do infinito,
e os soldados rugiam à ordem capital
do último suspiro,
o canto do cisne, o território do mal,
tudo é o trono dos crimes arrolados
no processo de vinte mil páginas,
um sussurro ao juiz de câmara
aspergia o veneno do condenado,
e os planos abertos do enquadramento
eram dirigidos por um artista
de tabacaria, com os olhos vidrados
para tomar o mundo de assalto.
08/02/2017 Gustavo Bastos
A Hora das Fornalhas
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