A tela, com arte bem esculpida,
trovoada era em sua medida,
espalha-se a tinta, corre a mão
pintando sobre a imagem,
de súbito, com o coração contrito,
o artista entra em transe,
convulsiona um poema,
e de tudo sabe quando o faz.
Um batalhão lhe abre as vistas,
e o corpo todo de baile
lhe dá a visão.
A tela, este ser consolidado de tudo,
arma o seu campo sob vasto estudo,
com o karma todo definido,
e alma em luta sobre o sangue.
Espalha-se o vermelho licor,
e os passos delineiam
as notas e a febre
que compõem
tal sistema,
o poeta, reto em sua fiança,
faz de seu sonho o temor do verso,
um raro senhor que cultiva
seus símbolos e sua anarquia.
08/02/2017 Gustavo Bastos
A Hora das Fornalhas
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