Sei de tudo e nada.
Abrem-se as cortinas:
é a mesma, sentimental e piegas,
admirável e sedenta.
Ai, que sufoco de armas
sobre as costas,
o dedo retilíneo dizendo "hoje"
que é um vácuo e invasão
de uma febre
que não é minha.
Ah, mas o maltrapilho,
este poeta reles e vil,
fundo de soberba e obra,
covil de putas
é o seu nome.
Sei de nada e tudo.
Fecha-se o óbvio:
de teus sabores, ó carne,
quanta lamúria,
e quanta anarquia
ao vento!
Eis que sabe-se de algo de tudo
que não há, pois do que há,
sabe-se tão pouco
ao ficcionista,
que de tua mão escorre poesia,
este corpo do indizível
como criptografia,
delírio pictórico
que a expressão verbal
obscurece, tão ávida,
com versos.
20/03/2015 Ácido
(Gustavo Bastos)
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