PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

UMA VOLTA NA TERRA

Novamente, na dor do bruxo
o meu castelo enigmático,
um querer debalde.

Na vinha e no cais
o intramuros
das fugas
fora do muro.

E o murro, qual burro,
na face do urro.
E as mesas e toalhas,
talheres translúcidos,
bebês agonizando
no pasto
do fundo
do prato.

E a canalha boêmia,
vestes vetustas,
horas carnudas,
vozes mudas.

Novamente, o enigma da bruxaria,
o segredo da feitiçaria,
o malho sublime da orgia.

Eu era o meu caos no teu caos
no nosso caos
de corações
sem fôlego.

A dor do fogo, indolor.
A cor do olho, o meu amor.

Veria as fadas maculadas
no sabá de Mephisto,
veria nuvem na horda
e as tempestades,
veria o meu ato libidinoso
ser entregue
a hospícios
de vidros loucos,
delírios sem sentir
a náusea,
vertigens de paisagens
como eram naquelas
viagens,
morte súbita
na barafunda
dos corpos
sem ar ou carne,
apenas osso
do ócio
no templo
virtual
dos sonhos.

Apenas isso,
luz louca
de diamante
nos dentes
da paixão.

Fundas Europas,
vastas Áfricas
no meu coração,
Américas nos
meus braços,
Ásia na imensidão,
e Oceanias
sob os meus pés.

Veria mar, Atlântico
tão Pacífico
quanto a flor
do Índico,
e o Ártico
no gelo
antártico
dos frios
da alma.

22/08/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)

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