O que posso fazer da nau de
Baudelaire e da viagem
mística de Rimbaud?
Aleister Crowley na sua escrita
da lei dos mortos soube,
os budas tibetanos levitando
em Xangai,
as almas errantes do Hades
num conto moderno de Homero,
o romance de formação
de um Platão menino
conversando com Sócrates,
a vetusta figura de meu avô
numa foto antiga
e sua poesia que me faz
ver o futuro vislumbrado
pelo louco Artaud
no manicômio,
as caravelas de Colombo
e o Peiote asteca
numa cerimônia fúnebre
em uma pirâmide
com estátuas de soberanos
poetas que se foram
à viagem de Júlio Verne
com um mundo pelo avesso
num soma milagroso
de Aldous Huxley,
todos os tarôs desvendados
por Jung em seu arquétipo
de artistas suicidados,
deveras tristes
como uma Marilyn Monroe
que se mata por ser um ícone
e que morreu como Elvis
depois de uma desilusão amorosa,
os poetas bem sabem
de todos os perigos
da praia e do mar,
mas se navego em paragens
rústicas, é por que meu destino
é o sol na cruz
de um Cristo sorridente.
27/01/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
Adélia Prado Lá em Casa: Gísila Couto
Há 5 semanas
Nenhum comentário:
Postar um comentário