Um homem agônico descansa na alma pálida
Qual seja a forma de sê-la.
Este irônico que ri de qualquer zelo
Que com ela se arraste.
O frio neste instante
É nada como sua alma sem prazer.
Quem, de todos, diria serem pálidas
As formas desmembradas
Dos sentidos, das razões finitas,
Do cérebro ígneo da dúvida?
O agônico pasto do mundo
Canta com seus penitentes,
Que deixam longe o segredo
Dos seres cósmicos,
Preferem o sol sobre a carcaça.
(Vem lá de cima a ilha do paraíso,
Não esperem chegar lá).
Este homem, vês quem é?
Com afinco me dedicarei a matá-lo.
Este fantasma dos fantasmas
É o pior dos idiotas, o mais mortal
De todos os mortais.
Eis que é o homem que não se vê,
A mais noturna ambição
De querer ser alma
Quando nela se quer o mundo,
Poeira de mundo,
Maravilha de coisa alguma
Em todas as coisas.
Qual é a agonia maior do que ignorar-se?
Qual é a mentira maior do que ignorar-se?
Tal é a condição humana,
Este homem é qualquer homem.
Tal é a falta de um si mesmo infinito
Sem as fissuras do tempo mortal,
Seríamos anjos?
O dia não há de chegar, pois é amanhã.
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