O que eu sei, se pouco tenho a ideia exata,
É o enorme universo no cair dos horrores.
O que eu sei, enfadonho artista,
É o meu pouco exato sentimento de esperança.
O que eu sei do mundo é um enigma
Pouco secreto, os celestes não renascem,
Os campos morrem como devem morrer,
Os celestes não ouvem,
São deuses olvidados,
O enorme universo
No cair dos horrores.
Fartas nações infaustas, nações aleijadas.
Farsa farta! Farta de mim, farta de todos!
Descortinado o uivo do sempre,
Deuses celestes não me veem,
Não vêm, não copulam.
O que eu sei não é exato, nem é mistério,
Mistério não se deve ver,
Cegos não devem ver,
Surdos não ouvem gritos,
Castrados não querem prazer,
A carne não vai temer a carne,
Desovaram o uivo do sempre.
No cair dos horrores
O enorme universo,
Cerimônias que a ideia não consola.
Deve estar longe a estrela,
Deuses celestes não me veem,
Não me ouvem porque não querem.
Castrado foi o povo. E o mundo é pouco.
Muito é pouco. Nações não copulam,
Não se amam.
O que é meu, se pouco eu tenho,
Não é mais ou menos valoroso.
O caráter não mede o instinto.
Instinto: a carne quer a carne.
Instintos copulam, corpo-a-corpo,
Tudo é ar de luxúria, selvagem,
Do pouco farto mundo.
O mundo que não é muito,
E que pouco me falta.
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