Quando chove o meu amor desmaia,
quando chove na minha nuca
e a água toma a minha cabeça
no mergulho das horas.
Horas passadas ao relento,
musgo do chão e a ponte
para as estrelas do infinito.
Quando chove na mão do tempo,
quando chove o frio sedento,
quando cai o tempo no seu socorro
de pontas e devaneios,
quando o chão se abre no vulcão,
quando as nuvens
se perdem no nada,
e o tempo dobra o espaço
quão longíquo o meu segredo,
têmporas e a tonitruante tempestade
que morde a lâmina
que corta o meu coração na selva.
O meu amor desfalece
qual brilho púrpuro
no sal e na areia,
no sol que vem depois
do aguaçeiro
em que chorava
a minha paixão,
torrente de amorosa liberdade.
06/12/2008 Gustavo Bastos
Nenhum comentário:
Postar um comentário