PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

terça-feira, 1 de junho de 2010

REFLEXÕES SOBRE O POETA NA POESIA

Velhos poetas, novos poetas.

Poetas mortos, poetas vivos.

Vanguardas e velhas guardas.



Vários da estirpe criadora,

dos poemas que sempre fluem,

poetas canalhas, poetas reféns,

poetas líricos e trágicos,

ou aqueles que são capazes de zombar com tudo.

Poema que vai e vem.



Poetas que ainda não nasceram,

talvez latentes, em casulos solitários,

no seu lugar de introspecção.

Ou loucos que enaltecem as alegrias mundanas,

que saboreiam o néctar da libertinagem.



Podem ser sóbrios ou transtornados,

amalucados na própria obra,

construindo muros de palavras,

falando ao vento, tentando encontrar ouvidos.



Em surto de criação contínua,

de leve e sonora inspiração,

que salta sobre os olhos da mente,

que vem da luz inóspita e diferente,

de mares nunca dantes navegados,

que povoam o espírito embriagado,

atendendo ao chamado da poesia.



Todos na mesma e desafiadora

claridade da folha que grita,

que berra e que implora a ser preenchida.



Eis o desafio do poeta, aí está seu dilema:

Escrever ou enlouquecer ...

desde o velho já experiente,

até o jovem deslumbrado.

Um recém-alucinado,

que descobre o gozo das letras.



Todo poeta está envolvido nesse sonho,

que espera a inspiração mais extrema,

plena de nostalgia ou tragicamente real,

em uma grande orgia de viagem sensorial.

Esta é a natureza idílica da senda criativa,

uma floresta de ramos espalhados,

que cresce e resplandece concretamente,

em seu voo de transe em êxtase,

no desejo mais ardente que ferve o corpo,

acionando a válvula criadora,

de poemas que nascem e morrem,

que se criam e recriam,

talvez o sentido de toda esta atividade.



É certo que o entendimento é raro,

a liberação é fugaz, o intelecto é distante,

e o sentimento ... este nos confunde, não há razão suficiente.



Mas, o que permanece é a ação de criar,

este é o sentido que enaltece a poesia.

Quando a alma traduz toda sua emoção,

vivendo a chama criativa para domá-la.

Tornar-se poesia, este é o caminho natural do poeta.



É sempre este estado de poesia

que o poeta carrega, um espírito de liberdade original.

Desde que o mundo é mundo,

desde que a lira fluía,

nos primórdios analfabetos da Antiguidade.

Porém, sempre e já poesia,

até hoje, tempo sem tempo.

Agora, o destino é de poetas sós.

Vozes isoladas no mesmo universo.

Deste verso que é repleto de céu e inferno.

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