Algo se detém na liturgia da abadia.
Sacerdotes da suntuosa orquestra
lapidam a alma terna de fina assimetria.
Do deleite do êxtase ao doloroso universo,
sem fluxo de saudades ou consciências,
vou ao refúgio dos lamentos de uma carta assombrosa,
de frente às telas mudas e fantasmagóricas.
Me espanta as cores penetradas pelo olhar,
como soluço interrompido de plácida grandeza,
refazem memórias em turno imóvel e calado.
Uma oração se faz sublime,
velejando nos mares da poesia,
à certeza de dias claros e dispersos na música.
Como se toda nota refulgente da essência
se tratasse da mesma vontade primordial,
que se refere ao instante da gênese
quando se refaz a origem do verso.
Tudo dilatado em pupilas de vasos infernais,
molhando a minha cara com a água da vida,
e semeando minha alma na terra fértil
que comprei dos bandidos de Satã.
Assim se faz a colheita das árvores frondosas,
que em frutos robustos permeia a glória do sol,
e neste calor eu tenho um poema astral,
desta que é a liturgia das almas incendiárias.
Quem sou eu?
Há 2 semanas
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