COMO SABER-TE
No escuro te vejo,
como um cego.
Minhas mãos, em teu rosto, procuram saber
a cor dos teus olhos
e sentem o calor da tua boca.
Teus ombros, curvos e doces, prendem meu
gesto de acariciar-te
e os teus seios (dois vasos de ternura) têm
o repouso prometido para a minha
alma cansada.
Sinto, depois, a curva branda da tua
cintura,
antes que ela se abra na planície do ventre.
E, onde tremes de amor,
minhas mãos,
também ardentes de desejo,
param,
para lentas descer ao longo das tuas
coxas incomparáveis.
Assim, no escuro, te vejo
com minhas mãos frementes.
Mas, como um cego ainda,
procuro conhecer-te além do tato e da
carícia:
_ Tu és o perfume de uma flor que se abre
de madrugada, para o encontro do meu
dia que nasce.
1977, 11 de Janeiro.
Quem sou eu?
Há 2 semanas
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