Grande o Rio Nilo, e o cântaro num
canto abissínio, dos ídolos ferozes
na garra do leão, na virada de areia,
na plêiade vista do deserto.
Se morre de malária e de sífilis,
se morre de cólera e de septicemia,
a água salobra, infecta, nutre o sol
no meio-dia, violento, escaldante,
e a febre me fez ver a caravana,
e a noite fria me trincou os dentes.
Olhei em volta, uma ilha de paraíso
se avistava, perguntei ao beduíno
se aquela cáfila era capaz de me
levar até a fonte, ele disse
que o estrangeiro, o poeta,
o filósofo, o escritor,
este ocidental branco,
teria que comer o verme,
a larva, passar mal no
delírio, quase morrer,
para entender o que
estava nas estrelas
naquela abóbada
babilônica.
Eu passava mal
desde o mar,
e nos ritos do Nilo,
em uma peça original
de poesia bruta.
03/10/2024 Monster
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