Alguma palavra
pode ser jogada, dita,
devorada pelos leões.
A poesia, que tem verso,
tenta escapar da sanha,
como um dom que
se recusa a morrer.
A palavra ofertada,
desta que vira verso,
acaba demandada
pelo coração,
pelo apelo
da sorte.
Vem toda uma miríade
que compõe e forma
esta obra de arte,
e seu estudo
faz o olhar
se debruçar
no enigma.
A palavra
aqui é arisca,
penetra no peito
das paixões,
mas nos escapa
com a fuga
essencial
de sua natureza,
poética e livre.
Por sua vez,
o tradutor
desta palavra
que vira verso,
o poeta, não
domina nada
deste sopro
das Musas,
é mais um Hermes
a fazer chegar
ao mundo real
esta mensagem,
este canto,
desde o aedo
lírico e embriagado
de hexâmetros,
em sua lira
divina.
11/09/2023 Gustavo Bastos
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