Sentindo o aperto no peito,
os ossos tremerem e baterem,
e o sono invadindo qual Morfeu.
Contudo, caminhemos.
Se tem na carta náutica
um atlas pesado, e o olhar rígido
diante da forma bojuda do tanque,
da armada, e de toda a fúria
em que a pele trisca
no arame farpado.
Contudo, caminhemos.
Na ânsia, no estado de morte,
com o coração explodindo,
o suor gelado, e no frio,
com os vícios que se atropelam.
Contudo, caminhemos.
Como está o poeta?
Não havia morrido?
Oh, temos este caderno
carcomido, não é?
Pois, uma letra do povo
está assinada
com o sangue
da caneta.
Um azul sombrio,
espatifado de seu
cano estourado.
A poesia é esta
chama indômita,
que a todos
conclama :
“Vamos ao mundo!
Vamos à vida!
Nada restará
à flor e aos
cacos.
Toda poesia vive
e morre
vendo
dor e amor
em tudo.”
10/02/2023 Gustavo Bastos
Nenhum comentário:
Postar um comentário