Na barca o poema
tem toda a fauna,
de um mar que
não via o delta,
sentia o rio,
sem cloro,
sem mercúrio,
límpido e cristalino,
ah, já tem um tempo
que o barro não seca
de chuva, a terra devoluta
foi queimada, e o pasto
pisado, foi deixado
para trás,
logo ali um correntão
arranca toco e
rasga folha,
a boiada passa,
peida e arrota,
e um ativista
cai morto,
na ponta
da enxada
de um garimpo,
na risada de farsa
de um grileiro,
na pesca
de um ribeirinho
atrás de ouro.
06/09/2022 Gustavo Bastos
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