A barca segue estrépito e ranger
de suas hostes benditas,
o maligno adormece
neste campo silente.
De outrora a aurora
despontava e a raiva
dos poetas se acalmava.
Brotos espoucavam,
a floração do canto imberbe
mordiscava o néctar
e o sentimento onírico.
Venha, as ruas intumescidas
deste ópio matinal
correm das artérias
às veias e a gota
deste orvalho azul
campeia o sol.
Dentre o poema e o mar,
estou nesta navegação
em que o sol me queima
e me bronzeia, como a
garra de espuma de uma
onda de cristal brilhoso,
este mistério que quebra
e desmonta a empáfia.
Leve-me deste calabouço
alagadiço e das trombetas
trêmulas deste pastiche
e deambulação mortiça,
tenho estado em missas
e os meus castiçais
se acendem na noite
das garrafas e dos
cantos líricos,
como a boêmia madura
do poeta e seu delírio.
30/01/2022 Gustavo Bastos
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