De frente ao silêncio
que regia a meditação,
se notava, entre os
verdes e rosas e amarelos,
toda esta vastidão
de que goza a natureza
em seu pacífico tear,
lá, entre a cidade de Roma,
que eu via em chamas,
a cidade de Londres,
batendo o big ben,
e a arquitetura
de Brasília,
eu entendi meu verde
detrás do concreto,
ao mármore ou ao aço,
de suas vigas e veios,
o cinzel cortante,
a goiva cansada,
vai uma folha com
a seiva bruta,
tão bruta,
que via as cidades
herdando o bruto da pedra,
a brutalidade máxima
do arquiteto, depois da violenta
flora da cadeia alimentar,
a seiva bruta, dos sais
minerais ao ciclo da água,
os insetos e as aves,
todo este canto de São Francisco,
toda esta floração imortal,
era a paisagem do éden
na queda da árvore do conhecimento,
e se fez cidade, de sua dureza
o pecado do labor que
o corpo mortal herdou,
erguendo estas capitais
com capiteis de uma
Atenas de estatuária
e busto, de uma grande
cidade como Tóquio,
de Nova York
até Los Angeles,
e uma grande Dubai
desértica entre
os reinos perdidos
de Suméria e Acad.
05/01/2021 Gustavo Bastos
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