Das coisas atávicas eu tenho
um meio de decifração
de esquemas e regateios,
pago com ouro em espécie,
prata mordiscada
e um aço de bronze
em cobre e estanho,
certo, da promessa com fulcro
em missas sagradas,
os santos cantam em
uníssono o som
da harpa dourada,
como um delírio.
Me tenho por inteiro, com o corpo
batizado em chuva e estrela,
e no tilintar das cores
um som sinestésico
em que o verde vem agudo
e o azul grave,
o vermelho em tom maior,
e vejo lilases como
melismas de erudição,
das coisas atávicas tenho
a mais profunda alucinação,
como um ídolo do canto primevo
das dores e dos amores
e danças entre os fogos,
gemidos da terra inculta
aparecem entre estas hordas,
até que o sacerdote da
primeira era pega seu
cajado e funda a língua tribal
que dará aos ritos perdidos
uma fundação sagrada,
o panteão de novos deuses
e sua poesia feérica
de sol.
30/09/2019 Gustavo Bastos
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