Na gaveta, como um gato preto
quieto em vertigem,
mora a filosofia paupérrima
que guardei,
as chaves destes segredos
soçobram com o caos matutino
e o odor forte de café,
acendo a minha lâmpada,
vejo fotos falsas
de poetas,
poemas rotos de
fotógrafos,
e um livro que ficou
todo bolor.
Eu era o velho e o mar
e a cidade dos poetas
como um bom cavalo
nas corridas suicidas,
o poema se jogou neste mar bravio,
o poeta se matou com a dor vermelha
das flores da literatura,
na gaveta, por sua vez,
um arqueólogo achou
um livro póstumo
e sem título.
28/02/2018 Gustavo Bastos
A Hora das Fornalhas
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