O bosque canta em tons violáceos,
teu soturno campo de arauto,
a voz modulada de um melômano.
Melodia, em sons criados de lume
ao albor da aurora súbita, e que
de remansos a flor absorve.
Sorte, como és a dança macabra
em que o meu coração colapsa
de canção vindoura.
Eis, donde o canoro sopra o leme
com léguas de bruma santa e pó santo,
que de liames entre continentes
as fadas sucumbem como sereias.
Vertendo d´água o mel melodioso,
com sacos de fardos, com flertes
de enfado, com rimas de sal.
Ó bosque de bode encantado,
inquices e voduns
soprados em mitos campônios.
Leva o elmo com ermo encanto,
e se cansa o poeta, viajor d´strelas,
com a nuvem castiça de que o choro
e a lágrima padecem em película.
Ai, que do monte azul serve o
benquisto poema luz d´aurora,
e quente como o crepúsculo
é um tremor de terra.
Oceano, que da águia e do albatroz
faz sinfonia, o cisne e o pato
e as maçãs dançantes do veneno
de eva com volúpia e sarcasmo.
Como no bosque tens poeta
e melisma e miasma
e melodia.
Como no poeta que vês está
febricitando o sublime
com volúpia d´strelas,
o viajor que canta lira
em corações d´oiro.
22/03/2017 Gustavo Bastos
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