Oh, dessa carcomida ondina a vestal está nua?
Donde nadir aos nenúfares
campeia de sua alga o plâncton das nódoas.
Sempre-viva, com a flora no peito inerme,
faz das suas o cântico, sob o velho monte,
do estuário ao delta em vigor.
Oh sempre-fúria dos nervos tóxicos e atávicos,
com o neurônio cavilar de minhas reentrâncias,
sumo do norte à morte de minha sorte,
fumo ao beleléu de que Caronte faz noite.
Débil, os mais ou menos das fúrias,
olhos de pedra na pedraria do penedo,
uma pedra-sabão de sensaboria,
o corpo petrificado da goiva
em seu surto escultórico.
Oh, dessas danças tuas xotas estão lá?
Veio em vento ao barravento ventilar
teu útero em carnavais,
e lembrar da minha mnemônica que a matéria
sofre vilipêndio com as catacumbas
de um semi-morto como afogado
das oceânides, que lembram ao Todo-Poderoso
sua tábua sua lei sua modernosa
revolução de lápis-lazúli
que emana diamante e terra virgem.
Pois, do átrio à opereta,
ventre grita carcomido,
como um vão e prurido,
uma ferida auri-química,
d`oiro esteta alambicado,
furioso nefelibata
das pedantes
latitudes
em longitudinais fadigas,
o trópico do ócio,
câncer e capricórnio,
como uma linha do Equador
de divisa de nuvens,
pranto e redemoinho
dos mares nostrum
de circunavegações
ao sem fim dos olhos
que lacrimejam
o azul do planeta.
05/07/2014 Êxtase
(Gustavo Bastos)
A Hora das Fornalhas
Há 20 horas
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