O verde musgo, no altiplano do sol,
murmura indecências de seu atol.
Perfura a velha vela, o vento.
Como nos tempos dos febris corações,
a chuva se embala de água,
mais fria inda que o canto fluvial.
Das quenturas do corpo, o cerne final.
Vem de esmeralda a flor tarda,
mais fina da flora à calma.
Com os girassóis em silente flerte,
passa a faca à alma ausente,
e o colar madrepérola vem na sede.
Pelos alvos dias, ao flanco da hora,
emudece o karma ao sol mais espantado.
Tal a dor da carne inerme,
que de grito a paz fuzila.
Nomeio as estâncias de tal desterro.
Pois da fleuma a alma tola encanta,
e do tardar ao crepúsculo,
o corpo se fere de bruma.
Pela paz alva no negror da noite,
os corpos reluzem a tal poesia,
da qual a sede da alma desfalece.
Vem a bruma, ao pálido horror,
temer a sede mais bruta
do corpo,
matar a fome mais temível
do desespero,
e fundar seu rito
sob o sangue
do vinho
que derrama
tal clamor
violento.
E tudo se firma na funda estrela,
tal o torpor exangue,
que da máquina de morte
nasce uma flor.
04/11/2013 Êxtase
(Gustavo Bastos)
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