Matéria densa do colar de ossos,
veste a nau funda furibunda.
Com meu silente horror
eu pus o homem nu.
Os corpos que se sobressaem
são os saltitantes,
num mesmo som de fúria
recorda o atonal da flor.
Vi em cada estranho olhar
o lótus perfeito
de uma noite verde,
vi o terremoto emoldurar
a espécie humana
em monturos de apocalipses.
A sombra maestra tilintava
com o coração supremo
de notas hendrixianas,
cada filete da pena
fervia em tom
de susto.
No lar do descanso do sol
ventava o cheiro da rosa
em disfarce de girassol,
e a flor retumbava
feito grito
de primavera.
Eu levantei no horóscopo
de uma praia cabalística,
saturno plêiade
rosnava em lua
de satélites e guitarras.
Vento de meu drama incorruto,
a sarça enfim delira
na carne das lágrimas,
e o totem sacrificado
ressuscita no fel
de bruma e amor.
14/02/2013 Êxtase
(Gustavo Bastos)
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
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