Eu deixei meus cigarros
na rua de uma estrada
longa,
certo impostor delongou
toda a cantilena,
verso por verso derrotei
a crença no grito atávico,
o relógio parou
na esquina,
olhei Kerouac correndo,
Sade gemendo,
Ginsberg moribundo,
bati um papo cabeça
com a minha mulher,
de cabeça para o nada
e a arte dos vagabundos
da cracolândia,
as artes recitadas
de testemunhos nas igrejas,
as asas cortadas
das visões
falando em línguas
mortas,
e a flor do meu amor
intacta na água da vida.
31/10/2012 Libertação
(Gustavo Bastos)
Adélia Prado Lá em Casa: Gísila Couto
Há 4 semanas
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