As aves, anseio do céu,
comem das criptas
novos morfemas.
Passo sem sol em Ipanema.
O verso rotula
as bundas
e os dilemas.
Nau intemerata,
versifica os olhos
e a náusea.
Faz de mim subsolo morto,
cadáver insepulto,
faz da fornalha
campo de concentração,
ali poderei escrever
poemas tóxicos
em matérias esquálidas
sob o temporal
de Nuremberg.
Verei todos os terríveis assombros
de uma ditadura cruel
como o trágico da História,
e verei poetas em metamorfose
contando o sangue
que se verteu
na noite
da queima
de livros.
07/06/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
Adélia Prado Lá em Casa: Gísila Couto
Há 4 semanas
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