A paixão degenera em caos amiúde,
o corpo revela quão esquálido
pode ser sob o domínio do vinho.
Eis os dias paupérrimos
do poeta humílimo.
Dosséis criou aos píncaros
do sonho vário.
Destronou a labuta
de seu sonho vão.
Os lamuriosos dissonantes
fazem seu canto de febre,
fazem seu ébrio ditirambo.
Das notas refulgentes
o sábio se espanta,
sabe da alma
a miséria do corpo,
sabe do prazer do corpo
a miséria da alma.
E lá vai o libertino!
De suas fugas leva o vento,
de suas astúcias o desalento!
Quão refinada é a sorte
de um corsário em terras
ignotas.
Sua sorte foi revelada
nas cartas ciganas,
terá seu par e um voo
ao norte.
03/02/2012 A Lírica do Caos
(Gustavo Bastos)
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