Da noite surge a aurora ao claro dia.
Sete vezes eu perdoei
a minha praia do mar
de sangue,
oceano aquático
de morte e grito,
solene como o hino
das sombras vizinhas
da cólera,
armadas de sonhos áureos
que sempre bordam
a vestimenta do guerreiro.
Aurora parida da luz que surge,
as viagens do meu espírito
quando se levanta o véu de Maia
são os delírios prontos ao abismo
em que morre o poeta
no seu ancoradouro,
doura de ouro
a prata senil
de suas canções,
e a brava cotovia
sai ao vento
como um lume desesperado
que vive no poema.
11/09/2010 Gustavo Bastos
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