Agora é que bate a hora de ser são.
Se alguém diz que irá possuir loucuras,
e se gaba de ser astuto,
dirão outros que a soberba é a mancha
da alma.
Agora eu serei são.
Agora eu serei santo.
Se alguém vier dizer-me que sou louco,
direi que minhas estâncias e veranicos
são a praia branda do coração.
Se vierem os cavalos selvagens
e o ovo da serpente,
serei o iluminado corte da roupa,
um brocado lúcido,
uma fagulha de amor despido.
Sei que sou a loucura,
mas a loucura é a sanidade dos poetas.
Se vierem me dizer dos meus delírios,
direi que a vitória do meu saber
são os meus delírios e o meu riso.
Agora é que bate a hora do agora.
Agora é que a alma bate no corpo são.
Minhas preocupações são cotidianas,
e eu rezo por um amor cotidiano,
um amor comum,
sem a mística das paixões imortais.
Eu sou o quadro em branco
pronto às tintas.
O colorido da vida é o meu pendão.
O vivido da vida é a minha pensão.
O que mais sobra não são desditas,
mas o vinho do torpor em toda a sua glória.
Agora é que bate a hora do agora.
Agora sou são, santo.
Agora é a vez do poema
ser o livre pensamento,
livre por ser loucura,
bravo cavalo de montaria,
ensaio da alma e do corpo,
ensaio do nobre sangue,
o puro calor das minhas ações,
bate a hora,
e agora sou são.
Gustavo Bastos 17/04/2009
A Hora das Fornalhas
Há 2 dias
Lindo, pois agora sei que sou são.
ResponderExcluirOlá Gustavo! Me emocionei muito com seu poema e queria ver se você me autoriza a usá-lo em um trabalho acadêmico. Faço estágio em um CAPS e esse poema caberia perfeitamente em meu relatório de intervenção!
ResponderExcluirAbraços
priscila, autorizo sim, e se puder, depois me envie o seu trabalho acadêmico p eu ler, fiquei curioso, meu e-mail é gustavovmb@ig.com.br
ResponderExcluirObrigado Jlpv 25.
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