Nos restos mortais remains summer love
tens a primavera e o primogênito
tens o gênio em tu mesmo
e a garra e a pata e a mão
tens a mão para escrever
a pata para caminhar
e a garra para rasgar o verbo
Em tantos verbos verborragias
pairei diante de Laocoonte e seus filhos
pairei flutuando no desenho da serpente
e ali refundei o helenístico perdido
noutra noite de gregos e troianos
Mas a pura lavoura adormece
sobre o campo úmido
a louca estação da primavera
me trouxe Renoir e Manet
nuvens de cores atmosféricas
como dizem impressionista
antes do experimento
antes de Picasso
paralelo à Cézanne
antes da pop art
depois do rococó cocoricó
eu tenho admiração
por artes atmosféricas
Georges Seurat pontilhista
Vincent Van Gogh
o louco o místico o transtornado
o suicida e o gênio automático
O ambiente é ardente
temos o espasmo
temos o pintor
ovelha negra o artista
aqui eu não pinto outra coisa
senão castelos
senão murais
senão murais e castelos de poesia
senão rima ou livre ou branco ou métrico
ou nada disso
Aqui estou entregue ao meu holocausto
eu pinto uma cidade
eu construo uma Bauhaus
um Le Corbusier um Niemeyer
ou um Miguel Ângelo
depois de viajar na máquina do tempo
O que eu quero é vasto vastíssimo
e História da Arte
é uma matéria densa e fascinante
como a época em que vivemos
época de surto
eu surtei eu surtei eu surtei
ôpa surtei de novo e de novo e de novo
mas então faço arte
faço cambalhotas
e termino inesperadamente
no verbo escrito
escrito e pronto
09/01/2009 Gustavo Bastos
Oi Gu!
ResponderExcluirGostei do poema. Teu blog tá demais!! E quanta produção!!
Beijão querido.
Te amo!