Tanto faz o que se faz de um mesmo poema
Que sempre foi algo que não se assume:
Alma e fartura, corpo e orgulho.
Tortura de sujeitos, leituras de pré-textos.
O que atormenta na trovoada dos fantasmas.
Muita insanidade descoberta, exposta ao caos.
Muitos derrames, muitas notícias,
Vários palcos sem realismos,
Vários danos sem prosaísmos.
Que dia! Meu Deus, que dia!
Voltem um pouco aos rituais,
Terão muito do que se entreterem
Os fantásticos homens de porte espaçoso,
Gordos de infarto e mediocridade,
Imundícies descoloridas dos mundos,
Sujeitos pós-partos paridos em acasos.
Que mundo! Meu Deus, que mundo!
É o dia e o mundo do fim da beleza.
Poesia enfeitada é coisa fresca
Como uma moçinha virgem.
Daqui para a frente só o frontispício
Do poeta pós-pós-sei-lá-o-quê.
Entrego-me. Devaneio pouco posso tê-lo.
Ditames do pretexto de tirar sarro
Dos croporritmos rímicos
Sem um bom escarro.
Neste campo belo, ó fonte inelutável!
Somos românticos à reboque do tempo.
Vamos dizer belezas: mistério e lua.
Agora voltemos ao descoberto:
Arte de perfídia, pagão impagável
Do mesmo vinho que bebemos em festanças.
Daqui para a frente não tem regra.
Posto o prefácio apologético do autor poeta!
Ao lúdico estamos: o culto dos puteiros,
O culto dos bêbados, o culto dos verdadeiros.
Aqui estamos. E todo o resto do futuro
É poesia que marcha nos tambores.
(Ba-ti-cum, ba-ti-cum, ba-ti-cum-dum ...)
Depois se desmonta sem freios,
É leve sem obrigar-se
Ao tédio do céu e ao tédio da terra,
E aos não-sujeitos que o poema deglutiu,
Todos mecânicos repetidores do sistêmico.
Ora, tem-se atitude
Dos mesmos poemas sem pudor
Para finalizar num clichê:
Fuck the system!
Quem sou eu?
Há 2 semanas
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