Os mares fogos teatro lampejante touro fecundo, morte de tronos asfaltos brasas terras de pompa austera. Que da lua crateras correm sol, faz-se do ar cada dia débil das coisas póstumas. Que bela viagem dos ouros bronzes climas trópicos infernos casa de praia. Cigarros na janela, à porta os jornais de anteontem, os lixos espalhados na cozinha, o chulé do chinelo, as minhocas e as moscas e as formigas, pobre podre anjo suicídio, progresso da festa, calças compridas de inverno incenso cola de sapatos cheiradas para ver duendes, que as mortas putas lambidas são carne de gado. Perfume. Fogo. Sambacanção e esferas. Lilases sonhos doenças faro nariz, desejos desejos fornalhas desventuras. Ponte até o nada. Cidade-motriz-força-sem métrica, confuso sonho se tivesses teu deleite. Confessionário do sexo, léxico da história do mundo em língua morta. Fedendo a eternidade, neuroses do século, febres do milênio, vulcão do tempo, relógio em que penso, porcos vorazes, revoluções de imbecis, insurreição polêmica tarde nababesca. Busco o dia, busco bando de bandos verrugas cicatrizes suvacos cotovelos feiura bebida vômitos, busco beleza corpo dinheiro roupas cheques firmamento segurança trapaça bênçãos, por onde ando é o que pensei, seria monge, seria prostituta, seria presidente frade rabino rabo rabada roubada com joias armas olhos bocas ouvidos ignorância profunda e filosofia, seria poeta, oh sim! Poeta dos piores, experto, impertinente, agressivo, parvo, um dândi antes fosse, marginal das quimeras, bárbaro mendicante dos uivos dos laivos das deusas, incoerente avesso fantasma chefe porteiro viciado estrume salada cachorro verme extintor.
Sabeis vós todos:
Detive-me detento sol sol
Do éter, pouco se sabe
Da ressaca do bêbado
E da conquista do poeta,
Sol comarca estaleiro
Palavra pronta na madrugada.
Perfeito mundo da ideia motocicletas atalhos recheios filas de impostos grávidas, perto perfeito mundo oceano torre flagelo mordida, falarei de trabalho outro dia, conseguiremos amizade, amor e fama, consegui brigas bares cerveja barata choca mofada, bengaladas dum velho, xingamentos velozes. Eia! Eia! Já passa o cometa, tiro fotos de cadáveres, passeio co’os olhos defumados de maconha íris púrpura pupila tosses petróleo usina nuclear.
Canto porque existo sempre
E canto porque sinto sempre
E canto porque é a hora
Escrever escrever escrever
Morrer deitar frutos
Favela vela abandono
Corre o sangue, já voei sem ser divino,
Se é mistério
O meu mistério
Monástico mito metamorfose auréola diabos.
Conquiro, ergo sum!
Aos mares! Vos digo:
Sabeis devorar o tempo
Sabeis gozar o instante
Que se exaltem segredos divertimentos
Calvários chamuscados ventos bucetas.
É puta das mais putas: poeta.
Quem sou eu?
Há 2 semanas
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