Se eu penso que estou aqui,
vejo meu corpo inteiro,
sinto a brisa, o vento,
danço, corro, piso na grama.
O pensamento, que revoa voa,
nem está aqui, tudo aqui visto,
à vista, enevoada, imaginosa,
de frente ao pasto, ao vazio,
o mundo derrete.
E de pensar,
astuto, em meu ofício,
eu sou poeta e decreto
a minha vindima.
Neste ofício poroso, arejado,
em meu corpo de brisa e de vento,
penso que não estou aqui,
pois aqui poetizo, e me desfaço
nos versos, o parque da minha
cabeça.
O vento sou eu,
pois a brisa é o verso,
e se penso que saio
voando, é que a poesia
é nuvem, é sol,
e tem estrela demais,
na noite de gala,
e uma luz no dia
que nasce.
Gustavo Bastos, 29/05/2024
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