Andei pelo lodo da rua,
périplo da rima e do ritmo,
em que a insanidade
flerta com o caos,
e a letra dançante
surge qual cometa.
Vem o canto
como dom canoro,
dá de ombros
ao néscio, ao pascácio,
dá de dez e nó em pingo d`àgua
o poema que não ficou refém
destas pregas farsescas,
destes ódios
pegajosos,
destes ritos fúnebres
de burocracia,
teia escamosa
deflorada pela
liberdade plena.
Quiseram um dia prendê-lo,
o poeta da fuga e do verso.
E hoje o elogio é postiço,
dos mesmos vicários
que estavam na moita
na hora da tempestade.
Qual nada!
Veste-se a rigor,
com o plano definido
da honra,
e tem neste
investimento espiritual
o dom, a força
e a moral astuta
dos vencedores.
Este que é poeta,
e do sangue e do mar
é mensageiro.
31/07/2023 Gustavo Bastos
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