Teria ao lockdown
o frio coração
parado de estalar,
e o denso magma
dormindo não mais fervia
como nos bons tempos?
Teria este frio fechado
em copas num enigma
de absinto, e as costas
doentes, abusadas
de feridas, enquanto
pendia a cabeça
com uma vista
já enevoada?
Se via a poesia
nesta fria morada,
em lockdown,
flertando na secura
da noite que nevava,
e vendo um brilho que restasse,
e que logo sumia na montanha.
05/05/2023 Gustavo Bastos
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