Um cavalo e sua cavalaria
a dar coices, para ridicularizar
a burguesia, uma trupe de doidões,
aquele aroma de haxixe,
a montar, na praça,
o anfiteatro, uma peça
de Molière, detonando
os costumes, na verdade,
uma adaptação tosca,
com garrafas de vinho,
mesas com comida,
cigarros acesos,
um acrobata
en passant,
e o ator principal
tossindo, bebendo
e cuspindo.
Vai toda a trupe,
um cavalo empina
no proscênio,
deram o nome dele
de Jaime, e uma égua
prenha também veio,
de nome Fátima,
uma atriz toda louca,
viciada em bolinha,
declamava um último
poema, depois de Apollinaire,
um E.E.Cummings
e findo a onomatopeia
o poema bobo
escarrado
a borbulhar
na panela
cheia de ácido
lisérgico,
ventos bons
me trazem,
me levam,
me conduzem,
minha amada
é foda.
30/03/2023 Gustavo Bastos
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