Fulgurante, o meio-dia abriu em sol e despediu-se da neve,
o fogo que nem toma conhecimento dos desníveis,
começa a dar uma surra em toda evasão,
o sol diz que tem um magma que penetra
todo o corpo da luz e de todo espectro do dia.
Nem tanto à terra ou ao céu, o poeta não capitula,
também ignora a sanha e o assédio da derrota,
ele canta a sua vitória de um sol que também morrerá.
Não pensa em tomar para si o peso da pedra escura,
nem a ausência da luz das cavernas tristes
o assusta. Na via mais sagrada,
a sua imagem não borra e não fenece.
O meio-dia, este que pulsa em seu coração,
já levantou da queda e nas tantas armadilhas
já se safou. Crente do grande crepúsculo
e devoto de toda aurora.
04/04/2022 Gustavo Bastos
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