“o relato da sequência de eventos que tomou conta da Noruega em 1992 é impressionante”
Na Noruega temos como um de seus patrimônios a existência das
igrejas de madeira. Tais igrejas foram construídas desde o ano 1000 D.C. até o
advento da Peste Negra. Em Lords Of Chaos, podemos ler :
“Antes de seu juízo de fogo, em junho de 1992, a igreja de
Fantoft possuía a fachada mais apavorante de qualquer igreja de madeira.
Datando do século XII, ela originalmente se localizava em Fortun, próxima ao
fiorde de Luster, na região central da Noruega.
Como várias das igrejas de madeira, ela também continha antigas
inscrições rúnicas. Ao final do século XIX, havia planos para demoli-la e usar
o espaço para um novo cemitério. Ao contrário de várias outras igrejas de
madeira que foram destruídas nessa época (antes da compreensão de seu grande
valor histórico e cultural), a igreja foi salva ao ser desmontada e movida para
Fantoft, oito quilômetros ao sul de Bergen, na costa oeste da Noruega.”
O incêndio da madrugada de 6 de junho de 1992, na igreja de
Fantoft, nunca teve uma condenação do crime, mesmo tendo suspeitas fortes sobre
Varg Vikernes. Em Lords of Chaos, o relato da sequência de eventos que tomou
conta da Noruega em 1992 é impressionante, e a atribuição destes crimes à cena
black metal foi instantânea.
Em Lords of Chaos, podemos ler : “A notícia da destruição de
um dos marcos culturais da Noruega chegou às manchetes nacionais. Não demoraria
muito até que outras igrejas começassem a se iluminar em chamas noturnas.
No dia primeiro de agosto do mesmo ano (1992), a igreja de
Revheim, ao sul da Noruega, foi incendiada; vinte dias depois, a capela de
Holmenkollen, em Oslo, irrompeu em chamas. Em primeiro de setembro a igreja de
Ormoya pegou fogo, e no dia 13 daquele
mês a igreja Skjold também.
Em outubro, a igreja Kauheto queimou, como as outras. Após
uma pausa de alguns meses, a igreja Asane, em Bergen, foi consumida pelas
chamas, e a igreja de Sarpsborg, um membro do corpo de bombeiros foi morto em
serviço. Algumas pessoas posteriormente atribuiriam a responsabilidade dessa
morte ao Círculo Negro.
Desde o pequeno e inconsequente incêndio na igreja Storetveit
no mês anterior às chamas de Fantoft, houve um total de quarenta e cinco a
sessenta incêndios, quase incêndios e tentativas de ataques incendiários em
igrejas na Noruega.
Por volta de um terço deles apresentam uma conexão
documentada com a cena black metal, de acordo com Sjur Helseth, chefe do
Departamento Técnico da Diretoria de Herança Cultural.
As autoridades relutam em discutir os detalhes de vários
desses incidentes, temendo que uma atenção indevida poderia literalmente
inflamar potenciais imitadores a se juntarem aos ataques que Vikernes e seus
comparsas iniciaram em 1992.”
Aqui temos o panorama do auge dos eventos que tornaram a cena
black metal norueguesa conhecida no underground mundial. O ano de 1992,
particularmente, reuniu todo o clímax da delinquência que fora gerada numa
mistura de inconsequência juvenil com versões pueris sobre satanismo e cosmovisões
nubladas por mistificações.
Aqui se trata do pessoal que se juntou na loja Helvete e que
refletiu na proeminência que teria Varg Vikernes como a figura mais infame da
cena black metal, tomando uma dimensão na cena que batia com a de Euronymous,
que era um tipo de mentor intelectual da cena black metal da Noruega.
Gustavo Bastos, filósofo e escritor.
Link da Século Diário : https://www.seculodiario.com.br/cultura/a-sangrenta-historia-do-metal-satanico-underground-parte-x
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